O
Dadaísmo nasceu em Zurique (Suiça). Os integrantes deste movimento eram, em sua
maioria, artistas refugiados, que teriam sido convocados para a Primeira Guerra
Mundial caso estivessem em seus países de origem. Fundaram o Cabaret Voltaire, o nome do
recinto evocava o filósofo francês François Voltaire (1694-1778) ele próprio,
em sua época, era considerado um intelectual iconoclasta (indivíduos que não respeitam tradições e
crenças estabelecidas ou se opõem a qualquer tipo de culto ou veneração seja de
imagens ou outros elementos) e revolucionário.
O Dadaísmo possuía como
característica principal a ruptura com as formas de arte tradicionais.
Portanto, foi um movimento com forte conteúdo anárquico. O próprio nome do
movimento deriva de um termo francês infantil: dadá (brinquedo, cavalo de pau).
O fim do Dadá como atividade de grupo ocorreu por volta de 1921, muitos de seus seguidores deram início
posteriormente ao surrealismo, e seus parâmetros influenciam a arte até hoje.
A arte dadaísta contestava a própria
noção de arte, rompia com o bom senso, a lógica, repudiava tudo aquilo que é de
domínio da consciência, críticava o
capitalismo e o consumismo. Na arte,
existem conceitos e regras e o Dadaísmo negava todos os conceitos, valores e
regras da própria Arte. Os “Dada” não queriam produzir obras de arte, e sim
produzir-se em intervenções imprevisíveis, insensatas e absurdas.
Os pintores deste movimento, guiados
por uma anarquia instintiva e um forte nihilismo (negação de todos os princípios religiosos, políticos e
sociais), não hesitaram em anular as formas, técnicas e temas da
pintura, tal como tinham sido entendidos até aquele momento. Para dificultar
ainda mais sua análise, os títulos escolhidos jamais tinham qualquer relação com
o objeto central do quadro. Os pintores expressavam sua repulsa em relação à
sociedade, que com a mecanização estava causando a destruição do mundo.
O pintor Max Ernst, que fora um soldado alemão na Primeira Guerra
Mundial, quando garoto aprendera a pintar copiando paisagens de Van Gogh. Em
seus quadros de cores brilhantes, Max Ernst associava imagens de elementos
demoníacos e absurdos com outros eróticos e fabulosos. Unia de forma irracional esses símbolos para
expressar seu subjetivismo. Em suas colagens, as esculturas mesclavam objetos
cotidianos, como peças de automóvel e garrafas de leite, a blocos de cimento,
que depois fundia em bronze. Em seus experimentos com colagem, Max Ernst
recortava figuras de catálogos da virada do século e os rearranjava sob uma
ordem fora da lógica, refazendo a realidade presente na relação entre as
figuras.
COLAGEM:
Se transformaram no meio ideal de
expressão do sentimento dadaísta.
Tratava-se da reunião de materiais aparentemente escolhidos ao acaso,
nos quais sempre se podiam ler textos elaborados com recortes de jornais de
diferente feição gráfica.
HANNAH HÖCH: Johanna Höch foi uma das mais importantes
representantes do movimento dadaísta e precursora da fotomontagem. O
nacional-socialismo incluiu-a na lista dos "artistas degenerados", e
só em 1946 pôde expor novamente em seu país.
Embora, durante a sua vida, o seu trabalho nunca tivesse sido
verdadeiramente aclamado, ela continuou a produzir as suas fotomontagens e a
exibi-las até à data da sua morte. Hannah refletiu em suas obras a justaposição
entre a mulher alemã moderna e a mulher alemã colonial. Ao fazê-lo desafiou as
representações culturais das mulheres, levantando questões relativamente à
sexualidade das mulheres e aos seus papéis de gênero na nova sociedade. Com as
suas imagens Höch abordou os medos, possibilidades e as novas esperanças para
as mulheres na Alemanha moderna.
ESCULTURA: A escultura dadaísta nasceu sob a influência
de um forte espírito iconoclasta. Uma
vez suprimidos todos os valores estéticos adquiridos e conservados até o
momento pelas academias, os dadaístas se dedicaram por completo à
experimentação, improvisação e desordem.
MARCEL DUCHAMP: aos 14 anos
de idade, pintou suas primeiras obras com grande influência
impressionista. Aos 16 anos de idade foi
morar em Paris com seu irmão. Nesta época, tentou entrar na Escola de Belas Artes,
porém foi reprovado no exame. Foi então estudar artes na Academia Julian. Entre 1906 e 1907 fez vários trabalhos de
conotação humorística. Em 1907, cinco de seus trabalhos foram selecionados para
o Primeiro Salão de Artistas Humoristas.
A partir de 1911 começou a pintar telas com influência cubista. Em 1913 criou o ready-made. Em 1915, foi
morar na cidade de Nova Iorque. Em 1916,
surgiu o dadaísmo e Duchamp passou a fazer parte do grupo de artistas dadaístas
de Nova Iorque.
READY MADE: Essa estratégia
refere-se ao uso de objetos industrializados no âmbito da arte, desprezando
noções comuns à arte histórica como estilo ou manufatura do objeto de arte e
referindo sua produção primariamente à ideia.
Os ready mades de Marcel Duchamp não pretendiam outra coisa que não
dessacralizar os conceitos de arte e artista, expondo objetos do dia-a-dia como
esculturas. Um dos mais escandalosos
foi, sem dúvida, o urinol que este artista francês se atreveu a apresentar no
Salão dos Independentes, competindo com as obras de outros escultores. Sua
intenção foi tão-somente demonstrar até que ponto o critério subjetivo do
artista podia transformar qualquer objeto em obra de arte. O urinol, de Duchamp
participou do concurso de arte promovido nos Estados Unidos. A escultura foi
rejeitada pelo júri, uma vez que, na avaliação deste, não havia nela nenhum
sinal de labor artístico. Com efeito,
trata-se de um urinol comum, branco e esmaltado, comprado numa loja de
construção e assim mesmo enviado ao júri.
Entretanto, a despeito do gesto iconoclasta de Duchamp, há quem veja nas
formas do urinol uma semelhança com as formas femininas, de modo que se pode
ensaiar uma explicação psicanalítica quando se tem em mente o membro masculino
lançando urina sobre a forma feminina
MAN RAY: Filho de judeus-russos emigrados para os
Estados Unidos, o mesmo foi um artista completo: estudou arquitetura,
engenharia, artes plásticas e fotografia. Foi em New york, em 1915, que
conheceu o famoso pintor francês Marcel Duchamp, com quem fundou o grupo Dadá
Nova- iorquino. Ele utilizou o humor, a diversão para confrontar o horror da
primeira metade do século XX.
FOTOGRAFIA: Man Ray encarnava na
fotografia de moda seu lado mais criativo e desenvolveu uma linguagem singular
transmitindo a essência da alma feminina. Trabalhava muito bem com a
desconstrução da fotografia, transformando fotos tradicionais em construções de
laboratórios, através de suas técnicas. Usava muitas vezes, a distorção de
formas e corpos criando imagens surrealmente incríveis. Man Ray -
Femme-Araignée Man Ray - Prayer
LITERATURA: O ilogismo (qualidade ou caráter do que é ilógico,
contrário à racionalidade, ausência de ordem ou de lógica) e a
espontaneidade alcançaram sua expressão máxima: no último manifesto que
divulgou, Tzara disse que o grande segredo da poesia é que "o pensamento
se faz na boca". Ele procurou orientar melhor os seus seguidores dando uma
Receita Para Fazer um Poema Dadaísta:
“Pegue um jornal. Pegue a tesoura. Escolha no jornal um artigo que você
deseja dar ao seu poema. Recorte o artigo. Recorte em seguida com atenção
algumas palavras que formam esse artigo e meta-as num saco. Agite suavemente.
Tire em seguida cada pedaço um após o outro. Copie conscienciosamente na ordem
em que elas são tiradas do saco. O poema se parecerá com você. E ei-lo um
escritor infinitamente original de uma sensibilidade graciosa, e ainda que
incompreendido do público."
TRISTAN TZARA: Foi um poeta romeno
que passou a viver na França, tornando-se cidadão francês em 1947. Seu
pseudônimo significaria, numa tradução livre "triste terra", tendo
sido escolhido para protestar o tratamento dos judeus na Romênia. Poeta e ensaísta, participou da fundação do
movimento dadaísta em Zurique, em 1916.
Proclamou a sua vontade de destruir a sociedade e os seus valores.
HUGO BALL: Foi um poeta, escritor e
filósofo dadaísta, que escreveu o Manifesto Dadaísta. Considerado por muitos
teóricos o inventor da poesia fonética (poemas sonoros - poemas sem palavras),
poema em alemão com palavras sem sentido, metáfora da insignificância do homem
frente à barbárie. Sua poesia interagia com um novo formato de teatro, a performance,
da qual foi um precursor.
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