segunda-feira, 20 de fevereiro de 2017

Colagem Dadaísta (Atividade)


Dadaísmo



            O Dadaísmo nasceu em Zurique (Suiça). Os integrantes deste movimento eram, em sua maioria, artistas refugiados, que teriam sido convocados para a Primeira Guerra Mundial caso estivessem em seus países de origem.  Fundaram o Cabaret Voltaire, o nome do recinto evocava o filósofo francês François Voltaire (1694-1778) ele próprio, em sua época, era considerado um intelectual iconoclasta (indivíduos que não respeitam tradições e crenças estabelecidas ou se opõem a qualquer tipo de culto ou veneração seja de imagens ou outros elementos) e revolucionário.   
            O Dadaísmo possuía como característica principal a ruptura com as formas de arte tradicionais. Portanto, foi um movimento com forte conteúdo anárquico. O próprio nome do movimento deriva de um termo francês infantil: dadá (brinquedo, cavalo de pau). O fim do Dadá como atividade de grupo ocorreu por volta de 1921,  muitos de seus seguidores deram início posteriormente ao surrealismo, e seus parâmetros influenciam a arte até hoje.
            A arte dadaísta contestava a própria noção de arte, rompia com o bom senso, a lógica, repudiava tudo aquilo que é de domínio da consciência,  críticava o capitalismo e o consumismo.  Na arte, existem conceitos e regras e o Dadaísmo negava todos os conceitos, valores e regras da própria Arte. Os “Dada” não queriam produzir obras de arte, e sim produzir-se em intervenções imprevisíveis, insensatas e absurdas.
            Os pintores deste movimento, guiados por uma anarquia instintiva e um forte nihilismo (negação de todos os princípios religiosos, políticos e sociais), não hesitaram em anular as formas, técnicas e temas da pintura, tal como tinham sido entendidos até aquele momento. Para dificultar ainda mais sua análise, os títulos escolhidos jamais tinham qualquer relação com o objeto central do quadro. Os pintores expressavam sua repulsa em relação à sociedade, que com a mecanização estava causando a destruição do mundo.
            O pintor Max Ernst,  que fora um soldado alemão na Primeira Guerra Mundial, quando garoto aprendera a pintar copiando paisagens de Van Gogh. Em seus quadros de cores brilhantes, Max Ernst associava imagens de elementos demoníacos e absurdos com outros eróticos e fabulosos.  Unia de forma irracional esses símbolos para expressar seu subjetivismo. Em suas colagens, as esculturas mesclavam objetos cotidianos, como peças de automóvel e garrafas de leite, a blocos de cimento, que depois fundia em bronze. Em seus experimentos com colagem, Max Ernst recortava figuras de catálogos da virada do século e os rearranjava sob uma ordem fora da lógica, refazendo a realidade presente na relação entre as figuras.
                COLAGEM:  Se transformaram no meio ideal de expressão do sentimento dadaísta.  Tratava-se da reunião de materiais aparentemente escolhidos ao acaso, nos quais sempre se podiam ler textos elaborados com recortes de jornais de diferente feição gráfica. 
            HANNAH HÖCH:  Johanna Höch foi uma das mais importantes representantes do movimento dadaísta e precursora da fotomontagem. O nacional-socialismo incluiu-a na lista dos "artistas degenerados", e só em 1946 pôde expor novamente em seu país.  Embora, durante a sua vida, o seu trabalho nunca tivesse sido verdadeiramente aclamado, ela continuou a produzir as suas fotomontagens e a exibi-las até à data da sua morte. Hannah refletiu em suas obras a justaposição entre a mulher alemã moderna e a mulher alemã colonial. Ao fazê-lo desafiou as representações culturais das mulheres, levantando questões relativamente à sexualidade das mulheres e aos seus papéis de gênero na nova sociedade. Com as suas imagens Höch abordou os medos, possibilidades e as novas esperanças para as mulheres na Alemanha moderna.
            ESCULTURA:  A escultura dadaísta nasceu sob a influência de um forte espírito iconoclasta.  Uma vez suprimidos todos os valores estéticos adquiridos e conservados até o momento pelas academias, os dadaístas se dedicaram por completo à experimentação, improvisação e desordem.          MARCEL DUCHAMP: aos 14 anos de idade, pintou suas primeiras obras com grande influência impressionista.  Aos 16 anos de idade foi morar em Paris com seu irmão. Nesta época, tentou entrar na Escola de Belas Artes, porém foi reprovado no exame. Foi então estudar artes na Academia Julian.  Entre 1906 e 1907 fez vários trabalhos de conotação humorística. Em 1907, cinco de seus trabalhos foram selecionados para o Primeiro Salão de Artistas Humoristas.  A partir de 1911 começou a pintar telas com influência cubista.  Em 1913 criou o ready-made. Em 1915, foi morar na cidade de Nova Iorque.  Em 1916, surgiu o dadaísmo e Duchamp passou a fazer parte do grupo de artistas dadaístas de Nova Iorque.
            READY MADE: Essa estratégia refere-se ao uso de objetos industrializados no âmbito da arte, desprezando noções comuns à arte histórica como estilo ou manufatura do objeto de arte e referindo sua produção primariamente à ideia.  Os ready mades de Marcel Duchamp não pretendiam outra coisa que não dessacralizar os conceitos de arte e artista, expondo objetos do dia-a-dia como esculturas.  Um dos mais escandalosos foi, sem dúvida, o urinol que este artista francês se atreveu a apresentar no Salão dos Independentes, competindo com as obras de outros escultores. Sua intenção foi tão-somente demonstrar até que ponto o critério subjetivo do artista podia transformar qualquer objeto em obra de arte. O urinol, de Duchamp participou do concurso de arte promovido nos Estados Unidos. A escultura foi rejeitada pelo júri, uma vez que, na avaliação deste, não havia nela nenhum sinal de labor artístico.  Com efeito, trata-se de um urinol comum, branco e esmaltado, comprado numa loja de construção e assim mesmo enviado ao júri.  Entretanto, a despeito do gesto iconoclasta de Duchamp, há quem veja nas formas do urinol uma semelhança com as formas femininas, de modo que se pode ensaiar uma explicação psicanalítica quando se tem em mente o membro masculino lançando urina sobre a forma feminina
            MAN RAY:  Filho de judeus-russos emigrados para os Estados Unidos, o mesmo foi um artista completo: estudou arquitetura, engenharia, artes plásticas e fotografia. Foi em New york, em 1915, que conheceu o famoso pintor francês Marcel Duchamp, com quem fundou o grupo Dadá Nova- iorquino. Ele utilizou o humor, a diversão para confrontar o horror da primeira metade do século XX.
            FOTOGRAFIA: Man Ray encarnava na fotografia de moda seu lado mais criativo e desenvolveu uma linguagem singular transmitindo a essência da alma feminina. Trabalhava muito bem com a desconstrução da fotografia, transformando fotos tradicionais em construções de laboratórios, através de suas técnicas. Usava muitas vezes, a distorção de formas e corpos criando imagens surrealmente incríveis. Man Ray - Femme-Araignée Man Ray - Prayer
            LITERATURA: O ilogismo (qualidade ou caráter do que é ilógico, contrário à racionalidade, ausência de ordem ou de lógica) e a espontaneidade alcançaram sua expressão máxima: no último manifesto que divulgou, Tzara disse que o grande segredo da poesia é que "o pensamento se faz na boca". Ele procurou orientar melhor os seus seguidores dando uma Receita Para Fazer um Poema Dadaísta:  “Pegue um jornal. Pegue a tesoura. Escolha no jornal um artigo que você deseja dar ao seu poema. Recorte o artigo. Recorte em seguida com atenção algumas palavras que formam esse artigo e meta-as num saco. Agite suavemente. Tire em seguida cada pedaço um após o outro. Copie conscienciosamente na ordem em que elas são tiradas do saco. O poema se parecerá com você. E ei-lo um escritor infinitamente original de uma sensibilidade graciosa, e ainda que incompreendido do público."
            TRISTAN TZARA: Foi um poeta romeno que passou a viver na França, tornando-se cidadão francês em 1947. Seu pseudônimo significaria, numa tradução livre "triste terra", tendo sido escolhido para protestar o tratamento dos judeus na Romênia.  Poeta e ensaísta, participou da fundação do movimento dadaísta em Zurique, em 1916.  Proclamou a sua vontade de destruir a sociedade e os seus valores.
            HUGO BALL: Foi um poeta, escritor e filósofo dadaísta, que escreveu o Manifesto Dadaísta. Considerado por muitos teóricos o inventor da poesia fonética (poemas sonoros - poemas sem palavras), poema em alemão com palavras sem sentido, metáfora da insignificância do homem frente à barbárie. Sua poesia interagia com um novo formato de teatro, a performance, da qual foi um precursor.



             

1.   A colagem foi uma técnica muito utilizada pelos artistas dadaístas, elas proporcionavam efeitos e sobreposições de imagens que produziam um acumulo de informações que provocavam a falta de sentido na imagem. Utilize jornais e revistas e crie uma colagem, escreva um parágrafo fazendo uma crítica a algum acontecimento no nosso país relacionando-o com a sua colagem. Lembre-se de se inspirar em obras dadaístas para a criação da sua arte. 

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